Este ícone, demonstra o apóstolo João recebendo a mensagem do Senhor e ditando para o seu discípulo Policarpo. Algumas coisas são escritas, outras ficam no depósito da fé. |
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ste ícone, demonstra o apóstolo João
recebendo a mensagem do Senhor e ditando para o seu discípulo Policarpo.
Algumas coisas são escritas, outras ficam no depósito da fé.
A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA
74 Deus "quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2,4),
isto é, de Jesus Cristo[fca1] . É preciso, pois, que Cristo seja anunciado a todos os povos e a todos os homens,
e que desta forma a Revelação chegue até as extremidades do mundo:
Deus dispôs com suma benignidade que aquelas coisas que revelara para a salvação de todos os
povos permanecessem sempre íntegras e fossem transmitidas a todas as gerações.
1.
A TRADIÇÃO APOSTÓLICA
75 "Cristo Senhor, em quem se consuma a revelação do Sumo Deus, ordenou aos Apóstolos que o
Evangelho, prometido antes pelos profetas, completado por ele e por sua própria boca promulgado, fosse
por eles pregado a todos os homens como fonte de toda a verdade salvífica e de toda a disciplina de
costumes, comunicando-lhes os dons divinos."
A PREGAÇÃO APOSTÓLICA...
76 A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, fez-se de duas maneiras:
ü oralmente - "pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram
aquelas coisas que ou receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou aprenderam das
sugestões do Espírito Santo";
ü por escrito - "como também por aqueles apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do
mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação[fca6] "
...
CONTINUADA NA SUCESSÃO APOSTÓLICA
77 "Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram
como sucessores os bispos, a eles 'transmitindo seu próprio encargo de Magistério." Com efeito, "a pregação
apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão
contínua até a consumação dos tempos".
78 Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da
Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Por meio da Tradição, "a Igreja, em sua doutrina, vida
e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê". "O ensinamento dos
Santos Padres testemunha a presença vivificante desta Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e
na vida da Igreja crente e orante."
79 Assim, a comunicação que o Pai fez de si mesmo por seu Verbo no Espírito Santo permanece
presente e atuante na Igreja: "O Deus que outrora falou mantém um permanente diálogo com a esposa de
seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através dela no
mundo, leva os crentes à verdade toda e faz habitar neles abundantemente a palavra de Cristo"
II.
A RELAÇÃO ENTRE A TRADIÇÃO E A SAGRADA ESCRITURA UMA FONTE COMUM...
A RELAÇÃO ENTRE A TRADIÇÃO E A SAGRADA ESCRITURA UMA FONTE COMUM...
80 "Elas estão entre si estreitamente unidas e comunicantes. Pois, promanando ambas da mesma fonte
divina, formam de certo modo um só todo e tendem para o mesmo fim." Tanto uma como outra tornam
presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu permanecer com os seus "todos os dias, até
a consumação dos séculos" (Mt 28,20).
Ícone de São Mateus.
DUAS MODALIDADES DISTINTAS DE TRANSMISSÃO
81 "A SAGRADA ESCRITURA É A PALAVRA DE DEUS ENQUANTO REDIGIDA SOB A MOÇÃO DO
ESPÍRITO SANTO".
Quanto à Sagrada Tradição, ela "transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de
Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos para que, sob a luz do Espírito de
verdade, eles, por sua pregação, fielmente a conservem, exponham e difundam".
82 Dai resulta que a Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação,
"não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso,
ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência"
TRADIÇÃO APOSTÓLICA E TRADIÇÕES ECLESIAIS
83 A Tradição da qual aqui falamos é a que vem dos apóstolos e transmite o que estes receberam
do ensinamento e do exemplo de Jesus e o que receberam por meio do Espírito Santo Com efeito, a primeira
geração de cristãos ainda não dispunha de um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento atesta
o processo da Tradição viva.
Dela é preciso distinguir as "tradições" teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais surgidas ao
longo do tempo nas Igrejas locais. Constituem elas formas particulares sob as quais a grande Tradição
recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às diversas épocas. É à luz da grande Tradição que
estas podem ser mantidas, modificadas ou mesmo abandonadas, sob a guia do Magistério da Igreja.
III. A INTERPRETAÇÃO DO DEPÓSITO DA FÉ
O DEPÓSITO DA FÉ CONFIADO À TOTALIDADE DA IGREJA
84 "O patrimônio sagrado" da fé ("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada
Escritura, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja. "Apegando-se firmemente ao mesmo, o povo
santo todo, unido a seus Pastores, persevera continuamente na doutrina dos apóstolos e na comunhão, na
fração do pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida se
crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis."
O MAGISTÉRIO DA IGREJA
85 "O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado
unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo", isto é, foi
confiado aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.
86"Todavia, tal Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço dela, não ensinando
senão o que foi transmitido, no sentido de que, por mandato divino, com a assistência do Espírito Santo,
piamente ausculta aquela palavra, santamente a guarda e fielmente a expõe, e deste único depósito de fé
tira o que nos propõe para ser crido como divinamente revelado."
87 Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo a seus apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve" (Lc
10,16[fca25] ), recebem com docilidade os ensinamentos e as diretrizes que seus Pastores lhes dão sob
diferentes formas.
OS DOGMAS DA FÉ
88 O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define
dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé,
propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária.
89 Há uma conexão orgânica entre nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no
caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência
e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé.
90 Os laços mútuos e a coerência dos dogmas podem ser encontrados no conjunto da Revelação do
Mistério de Cristo. "Existe uma ordem ou 'hierarquia' das verdades da doutrina católica, já que o nexo delas
com o fundamento da fé cristã é diferente[fca31] ."
SENSO SOBRENATURAL DA FÉ
91 Todos os fiéis participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam a
unção do Espírito Santo, que os instrui e os conduz à verdade em sua totalidade.
92 "O conjunto dos fiéis... não pode enganar-se no ato de fé. E manifesta esta sua peculiar piedade
mediante o senso sobrenatural da fé de todo o povo, quando, 'desde os bispos até o último dos fiéis leigos',
apresenta um consenso universal sobre questões de fé e costumes."
93 "Por este senso da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da verdade, o Povo de Deus, sob a
direção do sagrado Magistério, (...) adere indefectivelmente à fé 'uma vez para sempre transmitida aos
santos'; e, com reto juízo, penetra-a mais profundamente e na sua vida a coloca mais perfeitamente em
obra."
O CRESCIMENTO NA COMPREENSÃO DA FÉ
94 Graças à assistência do Espírito Santo, a compreensão tanto das realidades como das palavras
do depósito da fé pode crescer na vida da Igreja:
"Pela contemplação e estudo dos que crêem, os quais as meditam em seu coração", é em especial "a
pesquisa teológica que aprofunda o conhecimento da verdade revelada".
"Pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais[fca43] "; "Divina eloquia cum
legente crescunt as palavras divinas crescem com o leitor[fca44] ".
"Pela pregação daqueles que, com a sucessão episcopal, receberam o carisma seguro da verdade."
95 "Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada
Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem
os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente
para a salvação das almas."
RESUMINDO
96 O que Cristo confiou aos apóstolos, estes o transmitiram por sua pregação e por escrito,
Fonte: Catecismo da Igreja Católica.
Afirma o apóstolo Paulo: "Portanto irmãos, ficai firmes e guardai cuidadosamente os ensinamentos que vos transmitimos, de viva voz (oralmente) e por carta (escrito)." 2Ts 2,15.
PADRES DA IGREJA.
Bispo São Gregorio de Nissa (394 d.C)
"Se um problema é desproporcional ao nosso raciocínio, o nosso dever é permanecer bem firmes e irremovíveis na tradição, que recebemos da sucessão dos Padres."
São Vicente de Leris, (450 d.C)
"Permanecer sadio e integro na sadia fé, há de resguarda-la, sob o auxílio divino, duplamente: Primeiro com a autoridade da lei divina e segundo, com a tradição da Igreja Católica."
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